Droga! Porque raios eu joguei fora aquela foto da Daniela Cicarelli?? Minha musa desde 2002/2003, quando começou a aparecer por ai naquelas propaganda da Vivo (era ainda Telefônica na época?). Altos e baixos, carecas e dentuços, ela continua linda, loira, alta, magra, aquela boca ligeiramente maior que o comum (que delícia de eufemismo!), programas na MTv e com uma conta bancária longe de se parecer com seu corpinho. Eu? Admirando sua beleza e, agora, sua postura : "Agora eu vou me casar embaixo da ponte!" Continuando aquele papo de futilidade, ideais de beleza inalcançáveis e sua influência em minha pessoa, não poderia deixar de falar dela : Cicarelli. Sabe aquele tipo de pessoa que você coloca uma foto na porta da geladeira para se sentir bem culpada?
E por falar nesta última, após um preguiçoso despertar ao meio-dia, abro-a e me pergunto : "O que será que vai ter de almoço hoje?" Nem me dou ao trabalho de perguntar, como se adivinhasse meus pensamentos a minha empregada diz : "Frango à milanesa e arroz de championon, Carolina..." Abobrinha e brócolis cozidos, com coca-cola para acompanhar. Delícia! E no final, como resistir àquela atrativa embalagem lilászinha de ameixas cobertas com chocolate (light!)?
É, eu não nasci para fazer dieta... Malhar então é a solução!
Mais uma vez, me prendo a este mundo. Em busca do corpo perfeito da minha musa de geladeira. Porque não adianta se revoltar e ter só conteúdo. A sociedade é assim, e como boa estudante de sociologia, sei, e cada vez mais, que não tem jeito, não é certo nem errado, é cultural.
E porque eu aderi? Porque é para mim. Eu tenho esta cultura também e quero me sentir bem! É mais para mim do que para os outros, é eu me olhar no espelho e não pensar que podia ter menos gordura aqui, mais bunda ali, é não fechar os olhos para os defeitos da natureza em meu rosto e sim aceitá-los e disfarçá-los. Eu quero ir à praia e tomar sol como se fosse uma atriz americana em Saint-Tropez, quero sair e me sentir a própria garota de Ipanema caminhando nas ruas.
Eu quero ser perfeita SIM! E vou buscar isso. Pode chamar de futilidade, neurose ou qualquer outro termo mais científico/psicológico. Para mim, a felicidade a gente que cria, vive e luta. E se eu sou feliz assim, ninguém me tira daqui!